A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, para atender as demandas das juventudes impactadas pelas transformações tecnológicas, sociais e econômicas, implementa a nova unidade curricular “Projeto de Vida”, no Ensino Médio.  A LDB (BRASIL, 1996) prevê a formação integral do discente por meio de uma organização do trabalho pedagógico que promova a autonomia, o comportamento cidadão e o protagonismo na construção do projeto de vida do estudante, bem como seu desenvolvimento físico, cognitivo e socioemocional. Essa organização instituída pela nova BNCC (BRASIL, 2017) prevê como princípio central e orientador o conceito de projeto de vida: uma estratégia de reflexão sobre o percurso escolar na construção das dimensões pessoal, social e profissional do estudante.

Em consonância com o “Currículo em Movimento da Educação Básica” (DISTRITO FEDERAL, 2014), esta proposta convida o estudante a assumir o lugar de protagonismo em sua aprendizagem (VYGOTSKY, 2001) na construção do seu projeto de vida. Contempla, portanto, a necessidade de superação da fragmentação do conhecimento e põe foco em sua aplicação na vida real.

Segundo a BNCC (2017), cabe às escolas de Ensino Médio possibilitar a todos o acesso às aprendizagens necessárias para que possam fazer uma leitura crítica da realidade, criar formas de superar os novos desafios sociais, econômicos e ambientais da contemporaneidade (SCHWAB, 2016) e aprender a fazer tomada de decisões que sejam éticas e fundamentadas no valor da vida. Para isso, faz-se necessário adotar o princípio inegociável de que todos os estudantes podem aprender e alcançar seus objetivos, em detrimento de qualquer especificidade pessoal ou escolar.

Nesse sentido, a escola que acolhe as juventudes deve proporcionar uma cultura favorável ao desenvolvimento de atitudes, capacidades e valores que: promovam o empreendedorismo (criatividade, inovação, planejamento, liderança, colaboração, visão de futuro, assunção de riscos, resiliência e curiosidade científica, entre outros) entendido como competência essencial ao desenvolvimento pessoal, à cidadania ativa, à inclusão e à empregabilidade. (BNCC, 2017, p.466).

Ao cursar este componente curricular, o professor terá a oportunidade de aprender a se conhecer, a se relacionar com seu próprio corpo, com seus sentimentos e emoções (GOLEMAN, 1995), compreenderá o sentido de vida (FRANKL, 2020) e aprenderá a construir relações interpessoais saudáveis (SELIGMAN, 2019a, 2019b). O processo de ensino aprendizagem dará ênfase à promoção do diálogo, do entendimento e da solução não- violenta de conflitos (ROSENBERG, 2006), permitindo a manifestação de pontos de vista diferentes, divergentes e até mesmo opostos.

É neste contexto que esta proposta de formação continuada se insere, pois permite oferecer aos professores referenciais teóricos e metodologias diversas com recursos e instrumentos,que seguem os passos da pedagogia histórico-crítica (GASPARIN, 2012) e consideram as três fases do método dialético: prática, teoria e prática, de forma a gerar autonomia ao professor que irá construir percursos de aprendizagens na unidade curricular Projeto de vida, por meio das Metodologias Ativas.