Os pressupostos teóricos do Currículo em Movimento do Distrito Federal entendem que o desenvolvimento da criança não ocorre exclusivamente pelo conhecimento científico, mas também por meio de manifestações lúdicas, das  práticas corporais e dos saberes populares, por exemplo.  Se  concede a partir de um processo coletivo, em meio às relações sociais e culturais. Com base na Psicologia Histórico-cultural, descrita por Vygotsky, a brincadeira emerge da vida em sociedade entre os seres humanos. “Aprende-se pelas interações com outras crianças e com adultos, pelo contato com objetos e materiais, [...] pela reprodução e recriação de brincadeiras” (DISTRITO FEDERAL, 2018, p. 31),  bem como pelas oportunidades que lhes são concedidas.

Ludicidade  é descrita por Santos (2016, p.125 ) como uma “forma de expressão do ser, uma das várias formas de estar em permanente contato com a cultura”. Destaca ainda que os processos lúdicos constituem um aspecto importante na vida das crianças. Assim, considera-se a ludicidade uma ferramenta significativa no cotidiano escolar.

No processo pedagógico a Ludicidade exerce um papel educativo a partir dos intercâmbios sociais, que ocorrem nas instituições educacionais. Sendo, de acordo com Horn (2004, p.86) “o espaço coletivo da pré-escola como lugar de interações e aprendizagens entre pessoas e os saberes construídos, tendo em vista a matriz sócio histórica em que se inserem”.

Conforme Sarmento (2004), a cultura infantil é  marcada pela ludicidade que se materializa no brincar, compondo uma das atividades interativas de imensa significação para as crianças. As brincadeiras que fazem parte dessa ludicidade, são compreendidas como artefatos culturais e apresentam um conjunto de regras e significações que proporcionam o desenvolvimento e enriquecimento da criança (FONSECA; FARIA, 2012). Isto é, consistem em atividade relevante da infância.

No cerne desta discussão a ludicidade na escola se apresenta como um processo dinâmico e é um componente da dimensão humana, e como bem sintetiza Silva (2007), é de natureza social, cultural, biológica e histórica, sendo carregada de significados que variam de acordo com as vivências ocorridas na dimensão tempo-espaço e histórico social. Nesse contexto, as reflexões críticas acerca da ludicidade na escola precisa considerar os direitos das crianças a partir da produção cultural que elaboram, ensejando constituir a sua formação integral.